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terça-feira, março 16, 2010

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010

Economia e vida: uma aliança que gera justiça e paz.

Todos os anos, no período quaresmal, a Igreja Católica do Brasil, vivendo a espiritualidade deste tempo forte de conversão e atitude de vida, propõe um olhar sobre uma determinada realidade que seja um sinal de pecado na vida do homem e na sociedade. Por isso, este ano, a Igreja nos coloca sob a reflexão do tema da economia, este abrange muito mais que os aspectos simplesmente financeiros, mas requer uma profunda reflexão das implicações do indivíduo (fiel) frente ao sistema econômico que rege a nossa sociedade. Portanto, o tema “Economia e vida”, como também o lema, “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6,24)” é uma proposta de mudança de comportamento e da forma de organizar a nossa vida e a sociedade, onde deverá prevalecer a solidariedade e o bem comum.

O lema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010 não é uma negação da importância do dinheiro na vida do homem e na sociedade, mas o que esta palavra, dirigida a nós pelo evangelista Mateus, quer nos alertar quanto a quem servimos. E, a quem servimos? O dinheiro existe para nos servir ou existimos para servir ao dinheiro? Os valores não devem ser trocados, o dinheiro deve nos servir e, não para estarmos a serviço dele. Na tradição bíblica, os grandes estudiosos relatam que esta consideração que Mateus faz refere-se ao deus Mamon, deus do dinheiro e da cobiça, portanto, opõe-se ao Deus verdadeiro, que é doador e generoso (Sl 21,5; 37,4; 136,25). Cultuar o dinheiro como senhor é cometer a idolatria e deixar-se possuir por bens e ânsias, desconsiderando o projeto de libertação e salvação, bem quisto por Jesus. Uma vez que, a economia envolve aspectos mais amplos e está unida a questões de justiça, solidariedade, fraternidade e paz.

A CFE 2010 tem por objetivo geral, segundo seu Texto Base: “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”. O tema desta Campanha é atual, pertinente e necessário aos nossos dias para conclamar uma economia solidária na nossa sociedade nos educando para a real possibilidade deste projeto econômico. A meta é denunciar todo plano que distorce a possibilidade desta nova realidade acontecer e que possibilite qualquer forma de escravidão ao ser humano.

Economia. Na raiz da palavra, que deriva do grego - oikos (casa)- nomos (normas/leis) - costumes ou leis que possibilitam arrumar a casa, cuidar da casa, organizar a casa. A faculdade de administrar algo diz respeito à economia e, por isso, quando nos referimos a “casa” queremos estabelecer uma reflexão a cerca da nossa casa planeta, do nosso país, estado, bairro ou ainda, lugares públicos ou privados que envolvam a nossa participação no uso destes. Tudo isso para nos interpelar quanto a nossa participação ou omissão no “arrumar, organizar, cuidar” destes bens e recursos e nos distanciarmos de uma sociedade individualista, consumista e capitalista. A reflexão desta Campanha propõe um olhar sob uma perspectiva mais humana que abrange um cuidado, ou seja, uma economia que contemple também aos menos favorecidos, sensibilize sobre o valor da pessoa humana e relacione a fé com a vida.

Esta Campanha ao propor uma economia a serviço da vida recomenda uma melhor administração no que se refere às atividades de produção, comercialização e consumo de bens e serviços. Este cuidado deve atender às reais necessidades das pessoas que fazem parte desta casa, mas, sabemos que a demanda é grande e os recursos que podem atender a estas necessidades são limitados. Já que, a economia vigente se orienta pela escassez de recursos e que, por isso, surgem os meios de economizar, como assim conhecemos. De certo modo, estas questões têm sentido e contemplam alguns setores da economia, como por exemplo, o meio ambiente. Pois a natureza tem seus limites e requer cuidado e preservação, e a exploração descontrolada destas riquezas naturais desencadeará em grandes catástrofes, como, já estamos testemunhando. Mesmo porque, uma economia que cresce às custas dos estragos ambientais, não gera vida, mas apenas o capital. Muitas doenças que existem, existem por causa do uso exagerado de químicos, seja em empresas, seja no solo, nos animais ou nos vegetais. É uma economia que não se preocupa com valores éticos, mas, tão somente, em seus lucros.

Quando os bens e as riquezas se concentram nas mãos dos poderosos, que são minorias, gera a desigualdade social entre pessoas, estados e países. O acúmulo de riquezas enquanto muitos nada têm gera a morte pela fome, doença, falta de conhecimento e oportunidade de vida, etc. O que temos atualmente é uma economia concentrada no capitalismo selvagem que gera no ser humano a busca exacerbada do ter, mesmo sem necessidade. Aqueles em que os recursos não chegam, sofrem com a ausência daquilo que julgamos necessário à vida: educação, saúde, emprego, segurança, moradia, saneamento, transporte, lazer e etc.

Existe ainda uma disparidade apoiada pela cultura dos “grandes senhores feudais”, onde os senhores são sempre senhores e os escravos sempre escravos, por isso, para este modelo de economia desigual, teremos sempre como solução aos menos favorecidos, apenas, a doação de sua força de trabalho para gerar os bens necessários à sua vida e de sua família, em troca de um salário, que por sua vez, é mínimo e não é suficiente para a manutenção de suas reais necessidades. Por isso, o desemprego representa para milhares de pessoas no Brasil e no mundo, uma condenação à pobreza, onde os salários são sempre mínimos e os empregos, informais e precários.

Contudo, ressaltamos que muitos passos já são dados na sociedade, em especial atenção aos movimentos sociais e políticos que garantem uma participação na organização social, salvaguardando o direito dos menos favorecidos na luta por mudanças nas instituições e que beneficie a redução das desigualdades e novos sistemas econômicos. A CFE 2010 propõe uma economia a partir dos valores da justiça, da igualdade e da solidariedade que promovam uma melhor distribuição dos bens e recursos, satisfazendo às necessidades de todos e não de uns poucos. Seja um promotor de discussões acerca desta realidade abraçada pela Igreja do Brasil. Peçamos a Deus a graça de seu Reino encontrar lugar nas pequenas iniciativas sociais e políticas que contemplam os esquecidos, e nos ajude a sermos como o bom administrador: “fiel nas pequenas coisas para ser capaz de ser fiel nas grandes coisas” (cf. Mt 25,21).
Paulo Nunes

3 comentários:

  1. Seja sempre este seminarista santo!!!
    Em Cristo,
    Vieira
    Roma-Italia

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  2. Caro Paulo
    gosto muito de seu blog
    um grande abraço
    Beth

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  3. Eu amei o seu blog...
    Seja sempre essa pessoa k vç e alegre sincero bem humorado,ha lembre-se k vç agora tem um lugar especial no meu coraçao
    Nunca desista da tua caminhada por k deus esta contigo.Bjssss

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