Homilia – III Domingo do Tempo Comum
Ano
B: (Jn 3,1-5.10; Sl 24; 1Cor 7,29-31 e Mc 1,14-20)
“O
tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no
Evangelho!” (Mc 1,15).
Somos tão
inconstantes quanto o tempo. Assim, como não sabemos ao certo se chove ou faz
sol, apenas prevemos, ou seja, não é certeza. Somos inconstantes porque não
aprendemos lidar com ele: se temos muito tempo, reclamamos que o tempo não
passa; se temos pouco tempo, reclamamos que o tempo passa rápido. Creio que o problema
está em nós que não sabemos administrar o tempo que temos, e não o tempo em si.
A liturgia, de hoje, apresenta-nos o tempo propício de Deus, ou seja, o tempo
que se completou, a hora que chegou... É agora!
Santo Agostinho, um
dos grandes pensadores da Igreja, ao refletir sobre o tempo nos constatou: o ontem
e o amanhã não existem mais; o hoje é o que existe. Melhor ainda, Hoje-Agora, o
tempo da graça, a hora de Deus, o tempo Kairós.
Nas linhas do profeta Jonas e na apresentação da trama do Evangelho em Marcos,
o tempo de Deus apresenta uma urgência: “...
o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15); e nos faz uma exigência: “Convertei-vos...” (Mc 1,15), por isso,
o chamado a Jonas, André, Simão e aos demais, é imediato e a resposta dos que
acolhem, deve ser também imediato. Qual tem sido a sua resposta diante do
chamado urgente que o Senhor te faz?
Viver pelo Reino
exige decisão. Quando nos decidimos pelo Reino, tudo mais é relativo, como nos
ensina S. Paulo, na I Carta aos Coríntios: “...
o tempo está abreviado. Então... os que têm mulher vivam como se não tivessem
mulher; e os que choram, como se não chorassem...” (cf. 7, 29-31). O
Apostolo nos apresenta a fugacidade do tempo, de tudo que é relevante na vida e
que o apego as coisas, pessoas ou situações nos aprisionam. O Apostolo não
desvaloriza o matrimônio, a alegria ou a amizade, mas coloca o fiel diante do
que não passa: Jesus e a sua Palavra. Aqui encontra-se a Eternidade de Deus!
Contudo, nosso
maior desafio torna-se acolher a Boa Nova do Reino, como fez os ninivitas ao
ouvirem a pregação de Jonas. Por quê? Por que conversão exige mudança de vida,
assim como aconteceu aos ninivitas, como relata o profeta: “Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram
sacos, desde o superior ao inferior...” (Jn 3,5). A Palavra de Deus é clara
e nítida quando diz: “Convertei-vos e
crede no Evangelho!” (Mc 1,15). Irmãos, não é Deus que se converte às
nossas necessidades, aos nossos quereres... somos nós que devemos nos converter
e crer Nele, mudar a direção de nossos olhos e fixá-los Nele, Deus de nossas
histórias.
Quando Jonas é
enviado à Nínive, a princípio ele não quer ir, pois sabia da dureza do coração
daquele povo e que seria quase impossível acontecer alguma conversão. Mas Deus
é o Senhor de tudo e nos ensina que a conversão depende da nossa cooperação, pois
é Ele que opera. Portanto, o tempo para a conversão, para Deus operar é agora!
Já! Organize o seu tempo para Deus, não se engane ou tente enganar o Senhor com
suas desculpas falaciosas e malandrosas. Dê uma resposta de amor a este chamado
de amor de Deus: Mude de vida!
Amados, desejemos
um Novo Tempo em nossa vida... em nossa comunidade... em nosso grupo... Confiemo-nos
ao Senhor Ele é justo e bondoso e deixemos que Ele opere em nossa conversão e
que sejamos cooperadores, como fez Jonas com Nínive. Decida-se por Cristo, pois
Cristo decidiu-se por você!
Por Pe. Paulo Nunes
21/01/2012
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