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terça-feira, fevereiro 23, 2010

QUARESMA: Caminho de Conversão

O Deserto como lugar da reconciliação de nossas contradições

O deserto, como lugar em si, já é paradoxal, pois ao mesmo tempo em que se apresenta como um lugar da serenidade, do silêncio interior, da solidão, se apresenta, também, como o lugar da prova e da tentação (cf. Mt 4, 1-11; Lc 4, 1-13). É claro que, ao imaginarmos um lugar deserto, iremos nos deparar com a imagem da seca, do vazio e da solidão, mas, ao mesmo tempo, iremos imaginar o deserto como um lugar capaz de produzir lindas paisagens, compostas de belíssimas dunas. Mas o deserto é também, capaz de esconder valiosos minerais formados pelo ambiente árido ou pela erosão das suas rochas. Podemos trazer a imagem do deserto não apenas a um lugar palpável, mas a um lugar existencial que é capaz de promover um encontro de intimidade com o nosso ser e conseqüentemente com Deus, afinal foi também no deserto que Deus chamou o profeta e o ‘conduziu para falar-lhe ao seu coração’ (Os 2.16) e também foi para o deserto que o Espírito Santo conduziu Jesus para ser tentado pelo Diabo (cf. Mt 4.1).

Encontrar-se no deserto não é fugir do mundo, pois lá se encontra um outro mundo que não é tão oposto ao mundo do qual nos retiramos, uma vez que neste lugar o homem se depara com um mundo interior e o mundo externo, já conhecido por ele: é um encontro com suas limitações, como experimentou Abraão e seu povo em busca da Terra Prometida (cf. Gn 12) e o próprio Jesus após ser batizado ao sentir fome e sede. Podemos então, entender o deserto como o lugar que nos separa, nos deixa distantes e ao mesmo tempo nos possibilita o encontro e a integração do interno com o externo, do humano com o divino, por isso, se exige silêncio e oração, mas vale lembrar que o deserto é também o lugar da tentação, por que diante de nossos animais selvagens de estimação, representados em nossas fraquezas e imperfeições, somos capazes de rendição.

O deserto torna-se um lugar estranho, porque é o oposto do jardim, o Jardim do Éden, o lugar tranqüilo e pleno de perfeição. Bem sabemos que em nós existem realidades opostas que são inerentes a nossa existência, a saber: o bem e o mal, o sadio e o doente, os lobos e as ovelhas, o sim e o não... Entendemos que o homem tem a necessidade de encontrar um lugar que o coloque em reconciliação com as suas oposições, sem complexos e sem traumas. Em Jesus encontramos o maior exemplo de síntese e que no deserto foi capaz de fazer deste lugar um átrio de reconciliação, como nos apresenta Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) em seu livro, Jesus de Nazaré. Uma vez que, Jesus foi ao deserto para ser tentado e lá “vivia entre feras e os anjos o serviam” (Mc 1.13). Contudo, percebemos que o deserto é o lugar do encontro com nossos opostos, porém, foi nele que Jesus venceu as tentações e mostrou o poder do alto.

Contudo, as feras selvagens que vivem no nosso interior e que precisamos apenas saber domá-las e experimentar assim, o Jardim e desfrutarmos da profecia de Isaías quando nos diz que “... o lobo habitará com o cordeiro, a pantera com o cabrito...” (11.6). Portanto, o deserto acaba se tornando o lugar da reconciliação que possibilita o encontro conosco em alegrias e tristezas, graça e pecado, mas aí também está a possibilidade de vencer as barreiras, superar os limites e o próprio pecado, pois é no deserto onde: “... o pecado é vencido, onde a harmonia do homem com Deus é restaurada, segue-se a reconciliação da natureza, a criação dilacerada transforma-se em lugar de paz...” (RATZINGER, 2007, p. 41). E ainda, com as palavras do Evangelista Marcos quando afirma que Jesus “vivia entre as feras e os anjos o serviam” (1.13) no deserto, o entendemos como o lugar que é capaz de integrar o que em nós já existe, não como conformação, mas de mudança com o que se pode mudar e reconciliação com o que não se pode mudar. Deserto? Experimente e conhecerás a ti mesmo e se conhecendo encontrarás Deus! Neste tempo quaresmal é uma oportunidade em que a Igreja nos convida a fazermos este caminho àrido, mas importante na vida de fé.
Paulo Nunes

Um comentário:

  1. CAMINHAR COM JESUS RUMO AO CALVÁRIO, É O QUE NOS PEDE ESTE PERÍODO QUARESMAL. PORTANTO, DEVEMOS SAIR DAQUILO QUE NOS IMPEÇA DE VIVER MELHOR ESSA PAIXÃO DE CRISTO NA NOSSA VIDA! SAIR DO PECADO RENUNCIANDO AOS NOSSOS ÍMPETOS E DESEJOS, ABRAÇAR A CRUZ E REDIMIR DE NOSSOS PECADOS É O QUE JESUS ESPERA Q FAÇA~MOS!!

    ESTOU AMANDO SEU BLOG PAULO DEUS ABENÇOE!!

    VALÉRIA MENDES

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