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quarta-feira, setembro 30, 2009

A arte de "teologizar"


Teologia e Método, perspectivas antigas e novas

*Paulo Nunes
Constantemente, no meio teológico, estamos nos perguntando e buscando meios de dialogar com a ciência e com o mundo: é possível estabelecer e sustentar um discurso sobre Deus num mundo tão plural? Como dialogar sem perder de vista o ponto essencial do discurso teológico? Podemos ainda nos questionar, quanto ao método do pensamento teológico, sua necessidade e pertinência. E qual seria este método? O conteúdo a ser aprofundado, neste texto, sobre o método de fazer teologia passa pelo entusiasmo do pesquisador e do leitor teólogo, formador de opinião, em trilhar um caminho acompanhado de grandes pensadores, numa atitude primeira de “escuta”: escuta à Palavra de Deus, à Sagrada Tradição e ao Magistério da Igreja, para assim encontrar “novas intuições que irão regular a reformulação do patrimônio doutrinal”. Longe de querermos esvaziar o conteúdo sobre o método teológico, queremos proporcionar uma breve introdução ao método de se fazer teologia e de buscar o conhecimento da verdade de Deus que se apresenta num povo, num lugar e numa época (passada e atual), juntamente com os clássicos do pensamento teológico, sejam eles, Irineu, Orígenes, Agostinho, ou ainda, Aquino, Melchior e os mais modernos, como Ives Congar, Henri Newman e tantos outros que fizeram um caminho de busca da verdade revelada.

O caminho a ser trilhado adentra na teologia estudada desde o início da História da Igreja fundamentada na escrita e na explicação, que se apresentam como faces de um método de teologizar; o teólogo como um ‘ouvinte da Palavra Bíblica’ é capaz de fazer suas reflexões teológicas apartir de sua fé e no alicerce bíblico; o teólogo deve estar acompanhado da Tradição Cristã, numa atitude, como do apostolo Paulo, não de criar uma doutrina, mas transmitir a fé apostólica que recebeu (Depositum Fidei), não repetir, mas refletir para transmitir; quanto ao Ensinamento Oficial da Igreja, o teólogo nasce como uma vocação e um ministério eclesial, o que possibilita à luz do Evangelho enriquecer os pastores e o Povo de Deus, dentro de sua cultura, na visão da fé e da santidade de vida; a comunhão da teologia com a vida (Depositum Vitae), conduz o teólogo a relacionar a teologia com as preocupações mais amplas da vida humana.

Sendo assim, concluímos este breve texto ressaltando algumas anuências para a ‘arte de teologizar’, que vai além do sugerido, mas sem perder suas bases, pois o pensar teológico não nasce apartir de mim, mas é com a companhia daqueles que já pensaram e com os que pensam, que cada um pode falar com autoridade do saber teológico. Portanto, é em companhia que a teologia acontece e é em comunhão que, hoje, podemos falar da revelação: a companhia dos clássicos e a comunhão com Deus, pois Ele é a própria Revelação (“O Verbo que se faz carne e habita entre nós” – Jo 1,1-4). A arte de teologizar acontece em comum-união do Depósito da Fé com o Depósito da Vida, que leva em conta a vida e se serve dos testemunhos fiéis. A teologia deve ser capaz de tocar o mais interno e o mais externo da vida humana, senão, é um mero saber gnóstico ou apenas doutrina revelada.


Referência:
WICKS, Jared. Introdução ao método teológico. Tradução Nadyr de Salles Penteado.
Ed. Loyola, São Paulo, 1999.

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