
Podemos considerar, de maneira simples, que a história se divide em três etapas que nortearam o pensamento e o estilo de vida da sociedade: na primeira etapa, o teocentrismo - onde tudo era iluminado pela divindade e a religião determinava o saber; depois o antropocentrismo, onde o homem julga-se não mais viver sob a escuridão da ‘caverna’, mas tudo passa a ser iluminado pela sua capacidade de pensar, criar, fazer e decidir, sobretudo, com o racionalismo cartesiano; por fim, a terceira etapa é o tecnocentrismo, que atrelado a ciência, tem estado em evidência, principalmente com as novas invenções tecnológicas e as manipulações de vidas em laboratórios. Embora estas fases, na história, não estejam separadas, percebe-se que a centralidade não é mais o Criador, mas as suas criaturas que julgam poder em tudo criar. O homem dogmatizou a ordem de Deus de permitir que ele “dominasse” as coisas do mundo. Acompanhamos, nestes últimos tempos, influenciado ou não pela “negação do Criador”, Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, ao tomar posse em seu governo, disse: “Yes, we can! (Sim, nós podemos!)”. Pois bem, diante do homem que “tudo pode”, das tantas ciências, inclusive da psicologia com jargões do tipo, “Freud explica”, nos perguntamos: existe, no mundo de hoje, necessidade do ministério sacerdotal?
Será que o mandato de Jesus aos discípulos para anunciar o Evangelho ainda tem valor e constitui-se necessário? Existe, portanto, no existencial humano, uma sede e uma fome que se mostram insaciáveis. Não se trata de falar do sexo dos anjos ou de fazer um discurso das nuvens, mas, antes, se trata de falar desta dimensão no homem que é sobrenatural e que as realidades naturais nunca poderão superar, isto é, as realidades que passam podem ajudar o homem a fazer a travessia, mas ela será sempre insuficiente. Portanto, no coração de todo homem, existe este interstício, por mais ateu que ele se declare ser, e é esta abertura que ratifica um espaço para Deus e uma necessidade do serviço ministerial sacerdotal, pois o sacerdote é aquele que aponta para a necessidade de se fazer essa travessia do natural para o sobrenatural, do temporário para o eterno. As realidades que existem no mundo como a ciência e a razão, todas são importantes e devem ser usufruídas com a devida ética, mas não completam o homem como um todo.
A exortação apostólica pós-sinodal, de João Paulo II, sobre a formação dos sacerdotes, nos confirma a importância desta tão significativa vocação quando nos diz que: “Sem sacerdotes, de fato, a Igreja não poderia viver aquela fundamental obediência que está no próprio coração da sua existência e da sua missão na história - a obediência à ordem de Jesus: ‘Ide, pois, ensinai todas as nações’ (Mt 28, 19) e ‘Fazei isto em minha memória’ (Lc 22, 19; cf. 1 Cor 11, 24), ou seja, a ordem de anunciar o Evangelho e de renovar todos os dias o sacrifício do seu Corpo entregue e do seu Sangue derramado pela vida do mundo” (PDV 1, §3). O ministério sacerdotal existe como um serviço eminente, que permite ao homem a sua salvação, a sua integração como pessoa e a sua mais alta dignidade, de filho de Deus. Os sacerdotes oferecem sacrifícios de expiação pelos pecados seus e do mundo inteiro, consagram-se como In Persona Christi e conduzem a humanidade a Cristo, que é Ponte do Pai, Único Caminho, Única Verdade e Única Vida (cf. PO 2, §2). O Cristo nos coloca de frente com o Pai e Nele nos tornamos um, Um para que o mundo creia (cf. Jo 14,6; 17,21). Contudo, o sacerdote não deixa de ser homem e manifestar as suas fragilidades, mas estas somente, não o determinam; antes revelam em sua vida e de todo homem pecador, o poder de Deus que se manifesta.
O sacerdote, no mundo de hoje, tem a missão de ajudar o homem a descobrir o essencial, não perder-se no efêmero, mas de ajudá-lo a descobrir o sentido da vida e a sua autêntica vocação e, que na sua existência, constituem-se duas dimensões, que se completam: uma é humana e material, detentora de racionalidade e potencialidades capaz de criar, transformar e inventar; uma outra, é divina, vem de Deus, do Eterno, está para além de qualquer outra realidade, é a plenitude de todo homem, é descanso e superação de toda fragilidade, como nos afirmara o filosofo e teólogo Agostinho: “Senhor, fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti...” (Confissões I,1). Estas dimensões existentes em cada homem, não existem como uma dicotomia, mas estão concatenadas em sua existência paradoxal. O filosofo Kierkegaard ao falar sobre a existência do homem, nos dizia que: “O homem é uma síntese de finito e infinito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese” (1988, p.195). Por isso, o homem não se constitui apenas como um ser racional, mas a fé constitui um salto de esperança, uma nobreza da vida e um reconhecimento da grandeza de Deus, pois é Dele que deriva toda a nossa inteligência e participação na criação.
O sacerdócio é um dom de Deus no mundo para o povo, portanto, é sinal de vida e esperança, de amor e doação, no exemplo do Bom Pastor, testemunhando o Amor de Cristo no serviço do Reino de Deus, construindo comunidades, abençoando o povo e conduzindo-o ao Pai, pois “... atuar conforme o poder que o Senhor dá, é construir e não destruir” (2Cor. 13,10). A missão do sacerdote está em configurar-se a Cristo, o Bom Pastor, que conhece, cuida e dá a vida por suas ovelhas (cf. Jo 10,11-18.). É formador de opinião, defensor dos direitos dos menos favorecidos e sua caridade pastoral zela pelos valores de uma vida em plenitude (cf. Jo 10,10). Ser sacerdote, no mundo de hoje, não é negar aquilo que o constitui, como o seu chamado, suas virtudes espirituais, seu ser sacrifical e sacramental, a escuta e a vida pastoral, nem muito menos, ser indiferente às questões atuais do homem e toda a ciência.
Constitui-se assim, necessária a presença vocacional do sacerdote na sociedade e no mundo, porque o seu olhar deve transcender seus interesses pessoais ou de uma determinada classe. Ele é o coração de Deus acolhendo os sofredores, que muitas vezes, suas dores são proporcionadas pela própria modernidade, como a falta de sentido da vida, a “angustia angustiante” que leva ao desespero, a desvalorização e a discriminação, visto que, esta modernidade e cientificidade estão a serviço dos grandes e quase nunca dos pequenos. O sacerdote é o ouvido de Deus que escuta; os lábios que aconselham e profetizam e, ainda, a sabedoria que ajuda a discernir, os passos pesados de Jesus que carrega em seus braços todos aqueles que não conseguem mais andar e carregar as suas cruzes. Por fim, é a voz e as mãos de Deus que levantam os caídos e esquecidos nos viadutos; e, estas mesmas mãos trazem Jesus a terra saciando aquela sede e aquela fome que nenhuma mente humana, nenhuma ciência particular ou tecnologia eficiente conseguiu saciar. O sacerdote é Cura de almas e o animador da comunidade e da vida, é sinal de unidade entre os irmãos, mensageiro da Boa Nova e preside a celebração do altar de Deus e do Altar das ruas e da vida.
Será que o mandato de Jesus aos discípulos para anunciar o Evangelho ainda tem valor e constitui-se necessário? Existe, portanto, no existencial humano, uma sede e uma fome que se mostram insaciáveis. Não se trata de falar do sexo dos anjos ou de fazer um discurso das nuvens, mas, antes, se trata de falar desta dimensão no homem que é sobrenatural e que as realidades naturais nunca poderão superar, isto é, as realidades que passam podem ajudar o homem a fazer a travessia, mas ela será sempre insuficiente. Portanto, no coração de todo homem, existe este interstício, por mais ateu que ele se declare ser, e é esta abertura que ratifica um espaço para Deus e uma necessidade do serviço ministerial sacerdotal, pois o sacerdote é aquele que aponta para a necessidade de se fazer essa travessia do natural para o sobrenatural, do temporário para o eterno. As realidades que existem no mundo como a ciência e a razão, todas são importantes e devem ser usufruídas com a devida ética, mas não completam o homem como um todo.
A exortação apostólica pós-sinodal, de João Paulo II, sobre a formação dos sacerdotes, nos confirma a importância desta tão significativa vocação quando nos diz que: “Sem sacerdotes, de fato, a Igreja não poderia viver aquela fundamental obediência que está no próprio coração da sua existência e da sua missão na história - a obediência à ordem de Jesus: ‘Ide, pois, ensinai todas as nações’ (Mt 28, 19) e ‘Fazei isto em minha memória’ (Lc 22, 19; cf. 1 Cor 11, 24), ou seja, a ordem de anunciar o Evangelho e de renovar todos os dias o sacrifício do seu Corpo entregue e do seu Sangue derramado pela vida do mundo” (PDV 1, §3). O ministério sacerdotal existe como um serviço eminente, que permite ao homem a sua salvação, a sua integração como pessoa e a sua mais alta dignidade, de filho de Deus. Os sacerdotes oferecem sacrifícios de expiação pelos pecados seus e do mundo inteiro, consagram-se como In Persona Christi e conduzem a humanidade a Cristo, que é Ponte do Pai, Único Caminho, Única Verdade e Única Vida (cf. PO 2, §2). O Cristo nos coloca de frente com o Pai e Nele nos tornamos um, Um para que o mundo creia (cf. Jo 14,6; 17,21). Contudo, o sacerdote não deixa de ser homem e manifestar as suas fragilidades, mas estas somente, não o determinam; antes revelam em sua vida e de todo homem pecador, o poder de Deus que se manifesta.
O sacerdote, no mundo de hoje, tem a missão de ajudar o homem a descobrir o essencial, não perder-se no efêmero, mas de ajudá-lo a descobrir o sentido da vida e a sua autêntica vocação e, que na sua existência, constituem-se duas dimensões, que se completam: uma é humana e material, detentora de racionalidade e potencialidades capaz de criar, transformar e inventar; uma outra, é divina, vem de Deus, do Eterno, está para além de qualquer outra realidade, é a plenitude de todo homem, é descanso e superação de toda fragilidade, como nos afirmara o filosofo e teólogo Agostinho: “Senhor, fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti...” (Confissões I,1). Estas dimensões existentes em cada homem, não existem como uma dicotomia, mas estão concatenadas em sua existência paradoxal. O filosofo Kierkegaard ao falar sobre a existência do homem, nos dizia que: “O homem é uma síntese de finito e infinito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese” (1988, p.195). Por isso, o homem não se constitui apenas como um ser racional, mas a fé constitui um salto de esperança, uma nobreza da vida e um reconhecimento da grandeza de Deus, pois é Dele que deriva toda a nossa inteligência e participação na criação.
O sacerdócio é um dom de Deus no mundo para o povo, portanto, é sinal de vida e esperança, de amor e doação, no exemplo do Bom Pastor, testemunhando o Amor de Cristo no serviço do Reino de Deus, construindo comunidades, abençoando o povo e conduzindo-o ao Pai, pois “... atuar conforme o poder que o Senhor dá, é construir e não destruir” (2Cor. 13,10). A missão do sacerdote está em configurar-se a Cristo, o Bom Pastor, que conhece, cuida e dá a vida por suas ovelhas (cf. Jo 10,11-18.). É formador de opinião, defensor dos direitos dos menos favorecidos e sua caridade pastoral zela pelos valores de uma vida em plenitude (cf. Jo 10,10). Ser sacerdote, no mundo de hoje, não é negar aquilo que o constitui, como o seu chamado, suas virtudes espirituais, seu ser sacrifical e sacramental, a escuta e a vida pastoral, nem muito menos, ser indiferente às questões atuais do homem e toda a ciência.
Constitui-se assim, necessária a presença vocacional do sacerdote na sociedade e no mundo, porque o seu olhar deve transcender seus interesses pessoais ou de uma determinada classe. Ele é o coração de Deus acolhendo os sofredores, que muitas vezes, suas dores são proporcionadas pela própria modernidade, como a falta de sentido da vida, a “angustia angustiante” que leva ao desespero, a desvalorização e a discriminação, visto que, esta modernidade e cientificidade estão a serviço dos grandes e quase nunca dos pequenos. O sacerdote é o ouvido de Deus que escuta; os lábios que aconselham e profetizam e, ainda, a sabedoria que ajuda a discernir, os passos pesados de Jesus que carrega em seus braços todos aqueles que não conseguem mais andar e carregar as suas cruzes. Por fim, é a voz e as mãos de Deus que levantam os caídos e esquecidos nos viadutos; e, estas mesmas mãos trazem Jesus a terra saciando aquela sede e aquela fome que nenhuma mente humana, nenhuma ciência particular ou tecnologia eficiente conseguiu saciar. O sacerdote é Cura de almas e o animador da comunidade e da vida, é sinal de unidade entre os irmãos, mensageiro da Boa Nova e preside a celebração do altar de Deus e do Altar das ruas e da vida.
Amigo (a)
ResponderExcluirDei uma olhada muito rápida e me pareceu muito bom. Gostaria de compartilhar com você.
Que a bênção de Deus desça até você.
Amém.
Ângela Costa
Unidade de Imagem Corporativa - PCIC
Tel: 71 3370-5146 / Fax 3370-5142
Coelba / Neoenergia
Paulo,
ResponderExcluirFiquei feliz com a sua página na Internet, é bom nós vermos homens de Deus(sacerdotes e seminaristas), divulgando a Fé católica. Lembro de vc no Agapeterapia, quando vc fêz eu estava servindo.
Deus te abençoe e fortaleça a sua fé.
Lúcia Lira
muito bom,no mundo precisamos homem com uma boa imagem perante o muno onde vivemos...achei legau e pracisamos de mais sacerdotes(homens de Deus)no nosso mundo!!!
ResponderExcluirparabénsss pela mensagem...
abçs
DAY
Olá Paulo!
ResponderExcluirGostei de receber seu endereço eletrônico. O blog está muiiiito bom. Parabéns!!!!!!!!!!!!!!
Abraços,
Andreia
Oi querido!
ResponderExcluirParabéns pelo blog. Muito bonito e com textos riquíssimos, como não poderia deixar de ser.
Felicidades na sua vocação!!
beijo gde.
Arleide